segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Papa pede orações pelo respeito à família

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) – Para este mês de fevereiro, o Papa pede aos fiéis que rezem para que se respeite a família e se reconheça seu papel na sociedade.


Essa é a proposta feita nas intenções de oração para o segundo mês do ano, contidas na carta pontifícia confiada ao Apostolado da Oração, iniciativa que envolve cerca de 50 milhões de pessoas nos cinco continentes.

“Para que a família seja respeitada por todos em sua identidade e seja reconhecida a sua insubstituível contribuição em favor de toda a sociedade”, diz a intenção geral.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Natal de Matheus - parte II

Matheus tinha voltado do coma inexplicavelmente, pedindo pizza e querendo saber como comemoraríamos o Natal. Melhor esclarecer que não foi 100% inexplicável o fato.

Na verdade ele reagiu com grande animação assim que a Anna jogou sobre ele a água benta que o Alair havia trazido de Sta Catarina e levado especialmente a ele no hospital. A sugestão era passar um pouco na cabeça do doente, mas a Anna acabou por jogar nele todo. Ele disse: "...mas mãe ! está me dando banho ?".


A partir desse momento ele se manteve animado, lúcido e objetivo, querendo colaborar com as sugestões para a comemoração do Natal. Também é bom contar a quem não o conheceu, que a Fé dele foi sempre muito concreta.


Depois de um tempo de doença, ele pediu para perguntar ao padre se ele poderia comungar todos os dias, pois ele gostaria de fazer isso. Claro que foi autorizado, e a partir dai, todos os dias sempre havia alguém que lhe trazia a eucaristia, ou em casa ou no hospital, inclusive na U.T.I. (Disso ele fez questão até o último momento, quando não podia mais falar ou mover a língua).


Na realidade prática, era óbvio que removê-lo do hospital seria muito sofrimento novamente, por causa das dores (o "Sarcoma de Ewing" é um tipo raro de câncer de ossos, extremamente dolorido. Além disso, em época de Natal e Ano Novo, não confio 100% na disponibilidade dos serviços de emergência. Muito arriscado. Ele concordou com isso.


E ai trouxe a sugestão: "Por que não fazemos então o Dia de Natal aqui no hospital ? Eu ajudo a escolher o cardápio e o padre que traz a comunhão faz uma missa pra nós aqui...".


É claro que a idéia dele veio como um furacão naquele instante. Idéia linda, porém, muita coisa tinha de ser consultada, pois era algo inesperado, que não é hábito acontecer.


Minha mãe pensou: "será difícil o hospital autorizar, porque nesse lado tratam-se as crianças com problemas graves, com vigilância permanente". Mas a idéia estava colocada, e fomos consultar o serviço social, a autoridade responsável pela U.T.I., etc...


Enquanto isso, teríamos que verificar se algum padre estaria disponível no Dia de Natal, bem próximo à hora do almoço, o que não seria muito fácil também. Mas estava tudo na mão de Deus e aceitaríamos o que viesse, é claro.


Não demorou para virem as respostas: o padre poderia celebrar nossa missa de Natal no hospital, o mesmo amigo que havia estado com o Matheus em coma, que fez a primeira comunhão dele, e nosso casamento, em 1988. O hospital autorizou tanto a missa, quanto o almoço no espaço próximo aos elevadores do sétimo andar, bem ao lado do quarto onde estava o Matheus. Não apenas autorizou como disponibilizou o que necessitássemos para o momento. Ganhamos até um móvel onde pudemos montar um presépio, e as mesas onde colocamos toda a ceia, e montamos o altar. Foi autorizado inclusive usarmos os cantos na missa, não sendo com muito volume é claro. Eu mesmo toquei violão nessa missa e quem cantou foi outra grande amiga, a Lili do Radomir, do ECC da paróquia N. Sa. da Pompéia.


O número de pessoas naquele lugar tinha que ser controlado, claro... Era a U.T.I. Estavam presentes nessa missa vários amigos nossos, crianças e os primos do Matheus ficaram em torno da cama dele, no quarto, enquanto era rezada e cantada a missa, todos de ótimo humor e muito felizes.


Estavam presentes também a chefe do serviço social e outras autoridades do hospital que eu não conhecia e não me lembro quem era. Não posso deixar de contar como essa alegria contagiou os funcionários do hospital, aqueles que ficaram trabalhando no Natal. Não participaram da missa, mas era nítido o efeito transmitido a eles, pois até os ausentes e os que estavam em férias ficaram sabendo daquele "doido acontecimento".


Semanas antes um abençoado casal de amigos havia emprestado o notebook para o Matheus se distrair enquanto internado. Assim, pela internet, ele conseguia se comunicar com alguns amigos. Foi uma benção! Nesse período ele ainda conseguia mexer alguns dedos da mão esquerda apenas, e assim ele ainda podia contar para os amigos as últimas aventuras, por exemplo: como foi o Natal dele... Mais uma vez estava comprovado que o sofrimento não consegue cancelar a felicidade de quem acredita estar seguro nas mãos de quem o criou. De quem não o deixaria de amar em nenhum momento.


E tudo partiu daquele desejo do Matheus, de viver um Dia de Natal, normal, como foram os outros, independente de onde, e das condições em que estivéssemos.


Puxa ! Jesus Amado ! Até parece um enredo fantástico...!


Será que eu mereci tudo isso ? Claro que não !


Mas... merecendo ou não, eu estava lá, e nossos amigos também. Foi uma Santa Verdade ! Ao Vivo !


Quantas vezes podemos viver momentos assim?


Por isso, aproveitemos todos eles, pois ninguém deste mundo é o autor de nada.


(enviado por: Cézar Reis)