sábado, 18 de dezembro de 2010

A gratuidade nasce de um abraço


Marco Mazzi é o presidente da Associação italiana Famílias para Acolhida. Há alguns anos tornou-se amigo de alguns brasileiros que vivem situações de acolhida como guarda, adoção ou cuidado de familiares idosos. Sua presença alegre e simples tem sido uma importante companhia para estas famílias.

No final de outubro, marco esteve novamente no Brasil, desta vez acompanhado de Paulo, um dos primeiros membros da Associação em Verona. Nesta viagem, no dia 16 de outubro Marco Mazzi realizou um seminário na Universidade Católica de Salvador. Em seguida foi até a cidade de Belo Horizonte, para visitar a obra Casa Novella, que acolhe crinaças em situação de risco familiar. Também passou pelo Rio de Janeiro, onde apresentou a Associação para alguns casais.

Em uma de suas intervenções Marco contou: “A nossa história nasceu de uma experi~encia que tem algo de verdadeiro para todos e é comunicada pelo encontro entre famílias, construindo laços de amizade entre elas. Uma família, quanto percebe o bem que viveu, se liga a outras famílias que tem a mesma sensibildiade e isso gera um lugar, um espaço de vida onde eu posso repousar, confrontar-me e ter alguém para recordar o valor do que estou vivendo porque ela vive a mesma coisa”.

No dia 22 de outubro encontrou com famílias acolhedores da região de Campinas e, no dia seguinte, sábado, foi realizada uma peregrinação com alguns amigos na capital paulista. Ogrupo saiu da estação da Penha do metrô, fez uma pequena caminhada rezando o terço e entoando alguns cantos e, chegando ao Santuário de Nossa Senhora da Penha, padre Julián de La Morena celebrou a missa.

Nesta ocasião, Marco afirmou: “Nossa vivência nasceu da experiência cristã. O desejo de acolher nasce porque nós entendemos que fomos acolhidos primeiro. Porque tem sempre um momento em que o cansaço, a diferença da outra pessoa, ou mesmo o nosso limite coloca em crise a generosidade. Aí é preciso lembrar o abraço do Senhor por nós e pela pessoa acolhida. E nesse momento acontece também o aprofundamento da experiência do matrimônio.

Hoje, se percebo que o outro é diferente do que desejo, eu o deixo; mas se eu reconheço que aquela pessoa me foi dada por um Outro, eu a acolho. Essa situação permite que eu viva a capacidade de perdão, de diálogo pessoal, faz crescer a minha humanidade. ‘Acolher é o perdão do diferente’. E assim eu também faço a experiência de ser acolhido e entender o bem que o marido ou a esposa são um para o outro”.

Extraído de: Revista Passos, dezembro de 2010.